16 março 2006

Clube da Lua



Nota: 8,5

O Filho da Noiva (2001), de Juan José Campanella, é um drama emotivo com pano de fundo político. Clube da Lua (Luna de Avellaneda, 2004), o trabalho mais recente do diretor, é um filme político com cara de drama emotivo.

Isso já começa a ficar claro quando os atores Ricardo Darín (Kamchatka) e Eduardo Blanco (Conversando com Mamãe) surgem em cena. Em O filho da Noiva ambos atravessavam crises pessoais, amores inconstantes, agravados pelo baque econômico da Argentina, que vitimou o restaurante de Rafael, o personagem de Darín. No novo filme a ordem das preocupações se inverte. A falência iminente do clube Luna de Avellaneda, antigo símbolo de alegria e fartura da cidade de Avellaneda, ao Sul de Buenos Aires, é a grande dor-de-cabeça de Román (Darín) e Amadeo (Blanco) - mas não bastassem os problemas eles ainda precisam lidar com casamentos falidos, desemprego, crises de meia idade.

O clube, como o país, já viveu dias melhores: o filme abre com uma enorme quermesse nos idos de 1950, pau-de-sebo, jogos, barracas, baile com banda. Corta para os dias atuais: Román, sócio desde o nascimento, tenta enxugar as poças de água na quadra de basquete que antes servia de pista aos casais dançantes. Falta dinheiro para concertar o teto e para todo o resto. É a crise. O que um dia teve 8 mil sócios hoje não chega a mil. Só uns duzentos pagam a mensalidade. Dentro de casa a ruína se espalha. A esposa se diz negligenciada, o filho desempregado quer se mudar para a Espanha, não sobra a Román nem dinheiro para comprar um perfume decente.

Como em todo filme político, o conflito principal da trama é um dilema coletivo. Manter o clube, fechá-lo ou vendê-lo? Alejandro (Daniel Fanego), amigo de adolescência e antigo rival de Román e Amadeo, trabalha na prefeitura, tem uns contatos. Ele chega com a proposta de um cassino que quer ocupar o terreno: se os sócios abrirem mão do Luna de Avellaneda, terão duzentos empregos garantidos na casa de jogatina.

Pronto, arma-se a clássica dicotomia marxista: de um lado, os donos do dinheiro, do outro, a massa. Campanella não se acanha em tomar o partido - a começar pela caracterização nada lisonjeira de Alejandro, que para completar ainda derrota Román na esfera íntima. O clímax do filme, como não deixaria de ser, rola na assembléia de associados que decidirá o futuro do clube.

O filme não é apenas panfletário, e com certeza deve agradar aos mais diversos gostos. A posição política de Román é também uma posição filosófica: um indivíduo só se completa quando a sociedade autentica suas realizações. A felicidade de um está no julgamento que os outros fazem dele - e não há felicidade maior para Román, ainda que isso signifique abandonar a família, do que prestar serviços aos associados do clube, às meninas pobres que fazem balé, aos velhos que têm um lugar para tomar uma cerveja.

O caso é que o diretor soube equilibrar melhor a fórmula engajamento/emoção no filme anterior. É na porção emotiva que ele se sai melhor, dosando romantismo à moda antiga com as peculiaridades da modernidade (em O Filho da Noiva Rafael se declara à namorada pelo interfone do prédio; aqui a esposa de Román tenta alcançar um carro em disparada, clichezaço meloso, e pára no meio da corrida para ligar ao celular do motorista, sacada que derruba o clichê). Campanella tem talento, isso fica claro em uma ou outra imagem inspirada, como a alegoria do pau-de-sebo como o obstáculo quase intransponível a ser superado, em diálogos que não temem chegar às verdades mais profundas e doídas.

Mas Clube da Lua de certo modo sofre da pressão pós-sucesso de O Filho da Noiva, regra segundo a qual a "continuação" deve ser maior e mais intensa que a obra anterior. Acumula dramas paralelos demais (e por isso mal resolvidos, como o alcoolismo de Amadeo), e discursos que muitas vezes fogem da órbita que o filme gira. Campanella é um cineasta das pequenas coisas. Os grandes temas se revelam nos detalhes - no tiramisu que Rafael não consegue mais dividir com o pai, por exemplo. Aí está o pequeno problema: Clube da Lua coloca os grandes temas acima dos detalhes.

Um Herói do Nosso Tempo



Nota: 8

Shlomo, Salomão, em hebraico quer dizer "paz". Filho de Davi, Salomão se tornou em 997 a.C. o terceiro soberano do Reino de Israel, aquele que construiu o templo de Jerusalém, que simbolizava a sabedoria, que se virou com respeito para as outras religiões - aquele rei que, enfim, honrou o significado de seu nome. Depois de sua morte Israel foi dividida em duas, começo do declínio que levaria à invasão dos babilônios, depois dos romanos, e à consequente diáspora judaica.

Em seus filmes o romeno Radu Mihaileanu reserva um lugar especial ao legado do rei. Trem da Vida, prêmio do público e da crítica na Mostra de Cinema de São Paulo em 1998, trata de uma vila judia no Leste Europeu que tenta escapar dos nazistas. Shlomo é o nome de um dos habitantes, meio bobo meio louco, que anuncia a chegada dos alemães e que planeja a fuga em direção à Terra Prometida. Shlomo é também o nome do icônico protagonista de Um Herói do Nosso Tempo (Va, Vis et Deviens, 2005), o primeiro longa de cinema de Mihaileanu nestes sete anos. Só que desta vez Shlomo está só - e sua causa não é, digamos, a mais popular dentre os israelenses.

O filme aborda um tema que muita gente desconhece: o esforço dos judeus da Etiópia para alcançar Jerusalém. Sim, existem judeus negros e africanos. São conhecidos como falashas e descendem diretamente de Salomão e da Rainha de Sabá. Por décadas sofreram com a fome, o abandono no continente, a guerra civil, os conflitos tribais, a opressão exercida pelos sudaneses. Em 1984 e 1985 o Mossad, a polícia secreta de Israel, promoveu uma missão especial de nome Operação Moisés. O objetivo: em pouco mais de 24 horas, tirar quase 10 mil falashas do Sudão e transportá-los a Jerusalém.

Acontece que sair da situação sub-humana na África era também um desejo laico. Na hora do embarque, uma mãe etíope ordena que seu filho se finja de judeu para conseguir fugir. A criança se nega, não quer deixá-la, mas acaba entrando no avião. Uma vez em Israel, adota o nome de Shlomo e sente na pele as dificuldades de adaptação, o preconceito, a saudade - mas resiste, sem esquecer as últimas frases que ouviu da mãe, reproduzidas no título original do filme, "vá, veja, transforme-se".

Nos 140 minutos de película acompanhamos três fases na vida de Shlomo (o ator que o interpreta na vida adulta, o etíope Sirak M. Sabahat, é a cara do Seu Jorge...). Em todas elas, transpiram as lições legadas pelo Rei Salomão, em especial a solidariedade com o diferente, um tipo de valor que os israelenses nativos negam aos segregados etíopes. E o menino se transforma. Começa a fazer o bem, a partilhar, a ajudar. O fato de Shlomo aqui ser um judeu falso no sangue mas legítimo em seus ideais não é apenas uma provocação do diretor romeno. Ele está tentando dizer que o judaísmo, na sua porção mais benéfica, mais salomônica, não se herda, mas se aprende.

A questão que o personagem de Scholomo propõe é o que é a identidade de um ser humano, para além do povo judeu. Hoje, temos todos uma identidade específica e profunda, de um lado, que vem da família, da cidade, do país, da cultura em que nascemos e, por outro lado, abraçamos muitas outras identidades. O filme coloca essa questão. Scholomo é cristão, etíope, africano e vai se tornar também judeu, israelense, francófono. Os conflitos atuais no mundo vêm da questão da identidade e da aceitação do outro. O fanatismo mundial, seja muçulmano, cristão ou judaico vem do fato de que não aceitamos o outro, a diferença. Não aceitamos o fato de que nós estamos nos tornando outros.


E o mote do filme não deixa de ser oportuno: comovemo-nos todos com o sofrimento milenar dos judeus, mas e o sofrimento dos africanos?

14 março 2006

Mentiras Sinceras



Nota: 6

A vida na alta sociedade inglesa deve mesmo ser muito boa. Depois de Ponto Final - Match Point (2005), outro filme aborda crimes sem castigos em nome da preservação do status quo britânico: Mentiras Sinceras (Separate Lies, 2005).

James Manning (Tom Wilkinson, de O Exorcismo de Emily Rose) e sua esposa, Anne (Emily Watson, de Embriagado de Amor), são o tipo de casal que se comunica com meias palavras. A outra metade, a das palavras não ditas, esconde ressentimentos e eventuais segredos. Anne diariamente busca James na estação de metrô depois do trabalho. Às vezes ele dispensa a carona, precisa ficar até tarde no escritório - negociar com os franceses, diz James ao telefone, enquanto sua secretária loira ouve e espreita com o canto do olho.

Regularmente marido e mulher deixam o dia-a-dia em Londres para aproveitar o lazer no campo - criquete, coquetéis, o de sempre. Desta vez, porém, enquanto James se aborrece entre uma tacada e outra, Anne arruma companhia. Bill Bule (Rupert Everett) é herdeiro de rica família inglesa e, como bom rebelde, recém-chegado dos Estados Unidos, onde levava vida desencanada. Anne olha para Bill de maneira diferente, há nele algo oposto à sisudez do marido... Não fosse um atropelamento fatal ocorrido na vizinhança da casa de campo dos Mannings, dias depois, James jamais suspeitaria que Bill virara amante de sua esposa. O problema é que Anne está envolvida no crime.

Honrar a lei, vingar a traição e entregar a mulher? Esconder o crime, relevar o adultério e manter as aparências? São essas duas opções que recaem sobre James - um dilema que, ao contrário do neuroticamente americano Match Point, em Mentiras Sinceras acaba sendo tratado com a típica fleuma e a acidez inglesa. Quem não está habituado a esse tipo de abordagem certamente estranhará; os diálogos entre marido e mulher, espantosamente polidos e racionais, podem parecer um tanto absurdos.

Baseado no romance A Way Through the Wood, de Nigel Balchin (1908-1970), o filme marca a estréia como diretor de Julian Fellowes, conhecido ator de cinema e TV na Inglaterra. Essas duas informações podem dizer um pouco do que se vê na tela: um intenso material escrito, cheio de nuanças, que tem dificuldade em se traduzir em imagens. Conta a favor de Fellowes a dissimulação com que apresenta situações no começo do filme - se você pensa que James é um tipo manjado, aquelas elipses de tempo no escritório, aparentemente óbvias, podem muito bem te enganar. Contra o diretor, uma série de detalhes, desde idas e vindas e cenas desnecessárias, passando por um discurso vago, até a insegurança na direção de elenco.

E é impossível não comentar a performance de Everett. Bom ator de comédias nos anos 90, nos últimos anos andou sumido. Reaparece agora todo esticado, dando a entender que neste longo verão ele ficou estocando ampolas de botox para o inverno. Diretamente do museu de cera de Madame Tussaud, imprime uma inexpressividade ao personagem que não favorece o filme. Até mesmo a câmera tem vergonha de enquadrá-lo - o primeiro close de verdade, prolongado, só vem na última cena de Everett. Do mesmo jeito que Bill se torna o bode na sala de James e Anne, o ator é o ruído que os ótimos Tom Wilkinson e Emily Watson não conseguem ignorar.

07 março 2006

Ritmo de um Sonho



Nota: 8

Às vezes é preciso o filme certo para mostrar o valor de um ator. Este é o caso do ótimo Terrence Howard, que até agora nunca passara de coadjuvante, apesar de escalado em filmes importantes como Ray e Crash - No Limite.

No drama musical Ritmo de um Sonho, que estréia na sexta-feira, Howard demonstrou seu talento como protagonista com tamanha garra que lhe valeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, concorrendo neste domingo com o favorito Philip Seymour Hoffman, que muitos consideram imbatível em Capote.

Mesmo que não vença a estatueta, como é provável, Howard terá muitos motivos para sentir-se um vencedor. Ele convence totalmente na pele de DJay, um cafetão e traficante das ruas de Memphis, que ensina filosofia barata às suas protegidas enquanto esperam por clientes. O engraçado de toda a história, é que os dois filmes sobre música que estão em cartaz atualmente (esse e o de Johhny Cash), invocam Memphis como "lar da música". Para os desavisados, ali nasceu Elvis Presley.

O personagem nem tem muitas aspirações na vida, até quando reencontra o velho amigo Key (Anthony Anderson, conhecido por seu trabalho em comédias como Canguru Jack e Todo Mundo em Pânico 3, aqui numa eficiente performance dramática).

Acompanhando o amigo numa gravação de música gospel, DJay fica tão emocionado que chega a chorar. A música acaba de entrar em sua vida. Ainda que o que ele tem em mente seja um estilo inteiramente diferente daquele que acabou de ouvir, Djay quer tornar-se um astro do rap.

Com a ajuda de Key, ele monta um pequeno estúdio improvisado na sua casa, onde mora com algumas de suas "funcionárias", uma delas grávida. Ele tenta superar as dificuldades de produzir uma fita demo para entregar ao famoso Skinny Black (o rapper Ludacris), que é o mais aclamado do momento. Porém, como era de se esperar, o caminho para a fama e o sucesso não é fácil. Para subir na vida é preciso puxar alguns tapetes, segundo o longa escrito e dirigido por Craig Brewer.

DJay é um personagem que desperta simpatia e ao mesmo tempo repreensão. Afinal, por mais bondoso que ele seja com suas protegidas, ele não deixa de explorá-las e, eventualmente, é violento com elas. Por outro lado, fica claro que ele tem bons sentimentos e muita inteligência, condições capazes de fazer com que se torne outra pessoa.

O filme não faz uma crítica contundente sobre a condição de miséria a que os negros são relegados pela sociedade, que inclusive prega que devemos consumir para estar inseridos, mas mesmo não criticando acidamente a questão social, Ritmo de um Sonho vai mais longe do que noventa porcento das produções com negros norte-americanos. Ritmo de um Sonho coloca o quanto as pessoas estão atreladas a sua origem. Mudar o status social, assim, depende tanto de um golpe de sorte quanto de talento. Howard, por sua vez, brilha em meio a esse caos urbano e se revela um grande ator, humanizando um personagem que, nas mãos de outro, poderia ser um mero estereótipo ambulante.

06 março 2006

Johnny e June



Nota: 5

Se o parâmetro for sua discografia no país, Johnny Cash é um desconhecido no Brasil. Apenas um pequeno punhado de seus discos, incluindo aí coletâneas, ganharam edição nacional, e o principal mérito musical deste Johnny & June é desvelar alguns momentos desta desconhecida voz da música norte-americana. Se o intuito é venda de "novos" produtos pela indústria fonográfica, assim como ocorrido em Ray, no ano passado, provavelmente a venda dos discos de Cash irão aumentar.

A produção se posiciona apenas numa primeira parte da carreira de Johnny Cash, até seu casamento, em 1968, com a cantora June Carter. Mais do que uma biografia musical, Johnny & June relembra os relacionamentos de Cash (seja com as mulheres, seja com drogas ou com outros artistas).

Algumas passagens do filme são ficcionais demais. Insinua, por exemplo, que June Carter compôs sozinha "Ring of Fire"; Jerry Lee Lewis não era tão bobo quanto o mostrado aqui; e o conselho de Sam Phillips (da gravadora Sun Records, quem primeiro assinou com Cash) não foi para ele cantar "com mais alma", mas para tentar algo mais vendável do que velhas canções gospel.

Johnny & June realça algumas das históricas turnês do cantor com artistas como Jerry Lee Lewis, Roy Orbison Carl Perkins e Elvis Presley. Cash foi figura fundamental nos primeiros anos do rock and roll, e aqui são ilustrados por canções como "Ring of Fire" e "Walk the Line", além de divertidos duetos com Carter ("Jackson"). Não à toa, o filme chega ao clímax na cena da gravação de "At Folsom Prison", o mais representativo disco de Cash. Numa grande sala, cercado por detentos, ele explode com "Folsom Prison Blues", e ali entendemos o culto ao músico nos Estados Unidos.

Em uma banca de apostas cinematográficas, poucos lances são mais arriscados do que a cinebiografia de um músico. São raras as vezes que a indústria hollywoodiana consegue combinar a sua máquina de moer entretenimento com o respeito à vida e obra dos biografados. É só pensar e constatar: podemos contar em poucos dedos os resultados realmente bons. No grosso, o que vem a público são exageros bobos em detalhes polêmicos, atuações canhestras e deturpações gratuitas dos personagens.

Nesse sentido, Johnny & June (Walk The Line, 2005) é um pouco superior que seus concorrentes, mas não foge tanto assim a regra, e não consegue tirar do telespectador o sentimento constante de "já vi esse filme". O papel central é de Johnny Cash (Joaquin Phoenix), músico country que figura entre os nomes mais emblemáticos dos últimos 50 anos e que influencia o rock desde as suas raízes.

O filme não se propõe a nenhuma inovação dentro do seu gênero. Vai da infância de Cash no Arkansas, retratando a sua relação paternal com o irmão mais velho (um prólogo, aliás, que remete ao nosso 2 Filhos de Francisco, veja só), passa pelos seus primeiros anos de carreira, depois de cair nas graças de Sam Phillips e sua Sun Records, e seu encontro com sua eterna musa June Carter (Reese Whiterspoon), e culmina no show dentro da prisão de Folsom, em 1968, gravação que rendeu um de seus álbuns mais icônicos. É a biografia per se.

O que eleva o filme do seu provável status banal, com a típica história de garoto pobre que consegue a redenção (como em Ray) é a rara combinação de uma equipe em sintonia. O diretor James Mangold voltou a acertar a mão como em Garota, Iterrompida (Girl, Iterrupted, 1999), a fotografia é bela e o figurino, impecável. Mas quem bota fogo na coisa toda é mesmo a dupla de atores principais.

Joaquin Phoenix mergulhou no papel de Cash de forma assustadora, encarnando o cantor em todas as suas nuances. Na postura e na voz grave, no movimento irônico de colocar o violão nas costas, no olhar penetrante e na fúria de um homem que era conhecido pela cabeça esquentada. E Reese Whiterspoon, queridinha do melado cinema americano, ganhou muito sal com a personagem June Carter, talvez o real papel de sua vida – é difícil pensar em alguém melhor para absorver a caipirice fofa da cantora de forma não caricata.

Além dos dramas pessoais, a música também é bem tratada em Johnny & June. Phoenix e Whiterspoon escancaram suas aulas de canto nas impecáveis performances ao vivo dentro do filme. A outra surpresa, no elenco coadjuvante, foi a escolha de músicos para interpretar os companheiros do casal Cash nas turnês. Elvis, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, toda a mitologia é recriada (como coadjuvantes).

O grande porém fica por conta das modificações criadas pela distribuidora nacional. O estupendo cartaz original foi trocado por uma foto do casal que, aliada ao “inventivo” título novo, rebaixa o filme ao posto de uma comédia romântica qualquer, ante um desavisado. Tudo bem que Johnny & June retrata uma bela história de amor, mas não precisavam exagerar.