08 dezembro 2004

Os Esquecidos



Nota: 5

Segundo o comercial da TV, a crítica está dizendo que Os esquecidos, de Joseph Ruben, é o melhor e mais original thriller hollywoodiano desde O sexto sentido. Calma lá! Quem disse isso foi apenas o William Arnold, do Seattle Post-Intellingencer.

A verdade é que para curtir o novo filme estrelado pela sempre talentosa Julianne Moore, você tem de esquecer que o Haley Joel Osment via pessoas mortas. As histórias têm muito pouco em comum. Há um clima tenso no ar, um ou outro susto e só.

Telly Paretta (Moore) é uma mãe que não consegue esquecer seu filho. Sam (Christopher Kovaleski) morreu há 14 meses em um misterioso sumiço do avião em que ele e outras crianças viajavam. Telly passa horas de seu dia vendo fitas e fotos em que seu filho brincava, dava seus primeiros passos e sorria. Para tentar superar a perda, ela faz terapia com o Dr. Munce (Gary Sinise). Tudo bastante normal, se você levar em consideração a dor que é perder um filho.

Porém, um dia, todas as certezas que ela tinha começam a sumir. Seu marido, Jim (Anthony Edwards), tenta convencê-la de que eles nunca tiveram um filho. O médico confirma tudo. E agora, em quem acreditar? Naquele que a ama e no homem que é pago para ajudá-la, ou em seu coração, que tem certeza que ela teve, sim, um filho?

A sinopse acima resume bem a primeira metade do filme, que é muito boa e afunda o espectador na cadeira, fazendo-o imaginar o que é que está acontecendo e onde aquilo tudo vai dar. São momentos tensos e intensos, mas que terminam assim que o limitado Dominic West faz uma careta estranha e descobre algo que, se você não viu o trailer, não serei eu o estraga-prazeres a contar.

A partir desse instante, o filme perde sua graça e credibilidade. Do suspense inicial, o longa vira mais uma caça do tipo gato e rato, em que não fica muito claro quem é que realmente está caçando quem. Telly e o ex-jogador de hockey no gelo Ash Correll (West) buscam a verdade por trás do sumiço das crianças. Para conseguir solucionar o caso terão de trabalhar juntos e ainda despistar os agentes federais que estão no seu encalço.

Diferente dos filmes do ianque-indiano M. Night Shyamalan, a verdade vem à tona muito antes da hora, deixando muito pouco para ser aproveitado depois. A idéia original, bastante interessante, deve agradar a muita gente e não duvido que muitos sairão do cinema dizendo que o filme é ótimo. Mas, entre outras coisas, acho um pouco difícil acreditar que um alcoólatra e uma simples dona-de-casa conseguem correr mais que policiais treinados. Vai ver os tais esquecidos do título são as pessoas que deveriam tornar a história coerente.