A Dona da História
Nota: 7
Mais uma comédia romântica brasileira bancada pela Rede Globo, e com vários de seus atores famosos no elenco. Uma espécie de novela da maior rede de televisão do país, mas com um roteiro mais elaborado. Dirigido por Daniel Filho, o filme conta a história de Carolina (Marieta Severo), uma mulher em crise, após 31 anos de um casamento feliz. Pertencente à classe média, com três filhos já criados, casada com o homem que sempre amou, ela entra na crise da meia-idade. Seu marido (Antonio Fagundes), acostumado com seus chiliques, tenta acalmá-la dizendo que isso irá passar logo. Mas Carolina leva o assunto a sério, pede o divórcio e acaba encontrando consigo mesma quando jovem (Débora Falabella), e passa a especular se tomou os caminhos certos na vida. "Não é muita sorte que o amor da sua vida tenha aparecido justamente na sua vida?", diz a veterana para a jovem no primeiro encontro. Depois que as duas Carolinas se conhecem, a cada decisão da jovem sonhadora, um futuro diferente é redesenhado para a cinqüentona. O filme explora essas idas e vindas no tempo e discute assuntos como o desejo juvenil e o amor maduro, faz comentários sobre os períodos históricos visitados pelos personagens e joga com as linhas narrativas. O interessante do filme, é que essa fabulação se dá devido a imaginação da personagem em crise. Os conflitos mostrados são conflitos éticos da classe média burguesa, no qual existe uma cobrança maior do sistema, devido à sua penetração no mesmo. Por mais que nas classes menos abastadas a televisão esteja presente e a cobrança exista, a realidade burguesa, está muito longe da realidade deles. A classe média tem que aparentar, tem que mostrar, tem que seguir a maré, a moda. Carolina está ficando velha, sente que não deixou nada de bom, sente que não viveu nada, sente seu corpo se deteriorar, as amigas estão famosas, parecem bem, são fatores que levam a personagem em busca da auto-estima, que ela achava perdida. Ter apenas um namorado na vida? Ter vários namorados? Não ter filhos? Ter filhos? Seguir a carreira e ficar só? Desistir da carreira por amor? Esses são alguns dos questionamentos da personagem no filme. Afinal, quando jovem, Carolina sonhava em ser atriz e participava de protestos contra a ditadura militar só para conhecer novos rapazes. Foi onde começou a namorar o jovem comunista Luís Cláudio. Ela desiste aos poucos de seus sonhos, e ele dos dele, indo viver a vida juntos. O filme não mostra um tipo de amor romântico eterno, pois seria falso, e não mostra também um amor feito de mentiras e traições, pois não alcançaria o objetivo do diretor. É uma bela comédia romântica, classificados por muitos de conservadora (um pouquinho só). Mas por mais que seja novelão, o filme faz uma exaltação do amor. Aquele amor que não é perfeito, afinal, nada é perfeito (mesmo a televisão mostrando assim), mas que é único.
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Título Original: A Dona da História
Gênero: Comédia Romântica
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2004
Direção: Daniel Filho
Roteiro: João Falcão, João Emanuel Carneiro e Daniel Filho, baseado em peça teatral de João Falcão
Elenco: Marieta Severo (Carolina)
Débora Falabella (Carolina - jovem)
Antônio Fagundes (Luís Cláudio)
Rodrigo Santoro (Luís Cláudio - jovem)
Fernanda Lima (Maria Helena - jovem)
Marcos Oliveira (Nicolau)
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