Diário de uma Paixão
Nota: 8,5
Esse é mais um filme de amor, que foge um pouco à regra banalizada dos filmes românticos criados por Hollywood. Normalmente vemos filmes de amor, com enredos ridículos, com tramas manjadas, dramas ralos, péssimas atuações, mostrando (ou querendo mostrar) que o telespectador não possue mais do que dois neurônios (brincadeiras, à parte). Tanto que durante muito tempo, os filmes de amor foram meio que deixados de lado, pouco (e pessimamente) produzidos, e o público alvo era sempre a mulher sentimental, dona de casa ou adolescente. Mas no último ano percebemos que isso tem mudado. Tem-se investido mais nos filmes de romance, e as coisas são bem diferentes do que eram. A temática é outra (apesar de manterem: o amor que tudo vence), as histórias são outras, devido a um roteiro mais elaborado, as atuações melhoraram sensivelmente, o que acaba atingindo um público maior. Os últimos exemplos dessa leva são O Filho da Noiva e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembraças (de Jim Carrey). Com certeza esse filme não atinge a beleza dos outros dois citados, mas tem a sua beleza própria. É uma história de amor eterno, que vence as barreiras do tempo, da distância e da resistência (afinal são décadas que passaram juntos). O mal de Alzheimer, é utilizado mais uma vez como mote para validar a idéia.
Noah Calhoun (James Garner) é um senhor de idade que visita periodicamente Allie Nelson (Gena Rowlands) em um asilo. Noel lê para Allie memórias escritas em um antigo diário, que narram a história de um casal separado pela 2ª Guerra Mundial e que apenas se reencontra 14 anos depois. Com a memória prejudicada pela idade, Allie ouve as histórias e acaba se recordando de um grande amor que viveu. Noah e Allie são separados pelos pais dela, devido às condições financeiras (um era pobre, e a outra rica). Mesmo assim ele enviou uma carta por dia para ela, durante um ano, e que são escondidas por sua mãe. Explode a guerra e cada um segue um caminho, não se vendo mais. Essa é a história contado por Noah, que é a história da vida deles. O filme oscila entre passado e presente, e mostra que um amor tão difícil de se conquistar, não pode se perder pela memória. Afinal, o que é a memória em tempos (pós)modernos? Allie pega uma doença degenerativa, no qual não se lembra de mais nada. E seu marido repete diariamente a história de suas vidas, para conseguir tê-la novamente por 5 minutos. Ele gasta dias inteiros com sua mulher, para que ela relembre dele por um tempo ínfimo no final do dia. Algo que noto no gênero é o paradoxo entre entre o amor passageiro, instantâneo (sintoma pós-moderno) e o amor eterno, romântico, do século passado. Ao mesmo tempo em que os atores vivem em um tempo que tudo passa rapidamente, onde as relações nada duram, os diretores fazem uma analogia com o passado, e colocam um amor que é maior que o tempo. Quando utilizam uma doença (Alzheimer) para mostrar isso (o passado e futuro, inexistentes pelo presente), percebemos que é uma verdadeira luta contra uma sociedade que escolheu por isso. Esse resgate por um amor tão ultrapassado, sou estranho em tempos da exarcebação da liberdade sexual.
1 Comments:
Título Original: The Notebook
Gênero: Romance
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: Jeremy Leven, baseado em livro de Nicholas Sparks
Elenco: James Garner (Noah Calhoun)
Gena Rowlands (Allie Nelson)
Rachel McAdams (Allie Nelson - jovem)
Ryan Gosling (Noah Calhoun - jovem)
Joan Allen (Mãe de Allie)
Heather Wahlquist (Sara Tuffington)
Elizabeth Bond (Secretária)
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