30 setembro 2004

Rei Arthur



Nota: 7

Baseado na lenda do rei Arthur, o filme tenta mostrar um lado mais real, mais histórico, do tão filmado rei. É a isso que o filme se compromete, logo no início. Se em filmes anteriores, a questão do mito, do herói, as guerras, e seus confrontos impossíveis, era destacada em detrimento da época histórica em que viveu, seus conflitos políticos e religiosos, esse filme inverte os papéis. Arhur é um rei famoso, pois conta com um hábil exército de fiéis cavaleiros (que formam a tal Távola Redonda). No início do filme, somos levados à um vilarejo na Bretanha, onde crianças pagãs, são levadas para serem usadas no exército. Os "escravos" de Roma, são os cavaleiros de Arthur. No momento em que conhecemos todos eles, sabemos que o prazo da escravidão está expirando, e todos estão muito felizes com o fato. Arthur vai voltar para Roma, e os cavaleiros para suas casas. Estamos em plena Idade Média, Roma perdendo sua majestade, e os bárbaros querendo se apossar dos territórios que irão sobrar. Devido a lenda do rei Arthur (que já existe no filme), ele tem por reinado, o último posto antes das terras bárbaras. Por isso seu trabalho é defender Roma, da invasão bárbara do norte. Mas quando esperavam ansiosamente a chegada do bispo, com a carta de alforria, eles recebem a notícia, que só seriam livres após úma última missão. Precisariam ser como "kamikazes", e entrar na terra bárbara para resgatar uma família, que tem a estima do papa. Essa portanto é a última missão de Arthur, Lancelot e companhia, e é a mais difícil de todas. O diretor, sendo apenas um braço do mega-produtor Bruckheimer (de Pearl Harbor), se utiliza de muitos efeitos especiais, e de batalhas totalmente dispensáveis (como a do final), o que acaba denegrindo a imagem do filme. A personagem da Guinevere era outra, que não era necessária para o andamento da história. O filme vai muito bem até um pouco mais da metade, quando são exploradas questões mais sociais e históricas, mas quando aparece a tal Guinevere, o filme cai numa ação sem sentido, em conflitos banais, apenas pensando em arrecadar dinheiro. Falei tanto da questão social, que irei explicá-la aqui: Arthur nasceu na Bretanha, mas por ter sido criado em Roma, se acha cidadão romano e quer voltar para sua casa; mais tarde se convence de que sua terra de sonhos (a grande Roma), não existe mais. Os cavaleiros de Arthur nasceram na própria Bretanha, mas foram tirados de suas terras ainda novos; eles sonham com o dia em que acabará esse serviço militar obrigatório. Ao norte do reino de Arthur estão os bárbaros, que além de serem bárbaros, são estupradores, assassinos. Todos os odeiam, inclusive nativos da própria região, que são liderados por Merlin. Esses nativos são inimigos a principio de Arthur, mas depois se unem para destruir o inimigo comum: os bárbaros. Parece o que? Por isso disse, que o filme perde a direção no final. Outro fato interessante é a busca pela liberdade. A liberdade de cada um era com um fim próprio, cada um pensando no sua. Mas quando entra em terras bárbaras e vêem a exploração, o abuso do império romano e da igreja católica, eles começam a questionar a liberdade. Uma crítica legal, mas no final, acabaram definindo que liberdade é estado de espírito.

1 Comments:

At 3 de outubro de 2004 às 22:21, Blogger Caos said...

Título Original: King Arthur
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: David Franzoni
Produção: Jerry Bruckheimer

Elenco: Clive Owen (Arthur)
Ioan Gruffudd (Lancelot)
Keira Knightley (Guinevere)
Mads Mikkelsen (Tristan)
Joel Edgerton (Gawain)
Hugh Dancy (Galahad)
Ray Winstone (Bors)

 

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